SEJA MUITO BEM VINDO!

Bem pessoal,

Dei início à este blog para falar especialmente de literatura. Falar, na verdade, de arte em geral. Coisas que tanto gosto e com as quais tanto me identifico. O blog não é tão movimentado, mas de vez em quando passo por aqui e deixo uma declaração, um texto, um poema... Não se acanhe. Fique à vontade e deixe um comentário. Cedo ou tarde ele será respondido.

Grande abraço a todos.

Colaboradores

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A farsa do espírito natalino.

É incrível como as pessoas se submetem a uma farsa tão grande como a desse tal espírito natalino. Desculpem-me os religiosos de plantão, mas tudo isso não passa de uma máscara, um engodo tremendo. Onde se encontra o espírito natalino durante o restante do ano? Pessoas se matam, traem, brigam, difamam, apunhalam pelas costas, falam mal uns dos outros e, quando chegamos ao mês de dezembro, começa toda essa baboseira toda novamente. Que espírito natalino é esse? Para que serve o natal? Para mim não passa de uma festa comercial. Quanta palhaçada. Sem contar as chamadas sentimentais com relação aos necessitados. Será que só no natal temos necessitados pelo mundo? Pessoas morrem de frio, de fome, de sede ou encontram-se desabrigadas apenas no natal? Crianças só precisam de brinquedos no natal? Dizem que se comemora o nascimento do Filho de Deus. Cultuam um menino, choram, dizem coisas bonitas e depois, passado o sentimentalismo, o que acontece? Nada. Todos voltam à suas vidas normais, fúteis e distantes uns dos outros. Engraçado que na bíblia não se encontra nenhuma referência sobre o dia e o mês do nascimento de Jesus. Nem que deveríamos adorar um “deus menino”. Mas fazer o que? Talvez esse “deus menino” apenas se manifeste no natal mesmo. Talvez ele só derrame amor sobre as pessoas quando se aproxima a época de comemoração de seu “nascimento”. Todos comemoram, enchem a cara de muita bebida, ficam ridiculamente bêbados, comem até não agüentarem mais e, no dia seguinte, matam novamente o “deus menino”, porque ninguém se lembra mais nem o motivo de tanta bebedeira. Digo isso, não generalizando, porque 95% da população brasileira não tem absolutamente nada a comemorar. O que um pai de família desempregado tem para comemorar? O que um aposentado que ganha míseros R$415,00 por mês tem para comemorar? O que dependentes do SUS – Sistema Único de Saúde têm para comemorar? O que as vítimas de Santa Catarina têm para comemorar? Ainda mais quando aqueles que se dispõem à ajudar são ladrões. Roubam doações enviadas de todas as partes do Brasil para vítimas das enchentes, quando, na verdade, deveriam doar. Já dizia Thomas Hobbes: “O homem é o lobo do homem”. É por isso que eu digo: O espírito natalino não passa de uma tremenda farsa.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Já passou.

É isso aí. O vestibular passou. Que pena! Não foi desta vez. Mas não tem nada não. O estresse também já passou. Pelo menos pra mim. Ano que vem tô lá de novo. Não vou desistir assim, tão fácil. Tenho um sonho. Sonho é vida e quem não sonha já morreu. Para quem desistiu, pensa em desistir ou pensava que eu iria desistir, vai um recado logo abaixo. Gostei muito de uma música dos Engenheiros do Hawaii que se chama "Até o fim". Logo abaixo postei a letra e o clipe da música. Na verdade a versão acústica é bem melhor, mas achei o clipe legalzinho. Meu recado é este:

"Até o Fim
Engenheiros do Hawai

Não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora

Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Eu não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser
Ir embora
Não vai ser a primeira vez
Em menos de 24 horas

A ilha não se curva
Noite adentro
Vida afora
Toda a vida
O dia inteiro
Não seria exagero
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Cada célula
Todo fio de cabelo
Falando assim
Parece exagero
Mas se depender de mim
Eu vou até fim

Não vim até aqui pra desistir agora
Não vim até aqui pra desistir agora"

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Não te amo mais?

Não te amo mais.

Estarei mentindo dizendo que

Ainda te quero como sempre quis.

Tenho certeza que

Nada foi em vão.

Sinto dentro de mim que

Você não significa nada.

Não poderia dizer jamais que

Alimento um grande amor.

Sinto cada vez mais que

Já te esqueci!

E jamais usarei a frase

EU TE AMO!

Sinto, mas tenho que dizer a verdade

É tarde demais...



*Leia do fim para o começo*

(Texto de Clarice Lispector)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. (Voltaire)

Esta é a frase. Concordo com ela em "gênero, número e grau". É isso o que falta em nosso país e no mundo todo: Respeito. Se houvesse respeito para com quem quer que fosse sobre o assunto que fosse, não haveria tanta palhaçada social como existe hoje. Quantas pessoas não seriam salvas se houvesse respeito? Quanta antipatia não seria evitada? Quantas guerras não teriam acontecido? Não estou aqui defendendo atrocidades e idéias estapafúrdias de pessoas que querem levar grupos inteiros, verdadeiras multidões ao suicídio e/ou ao genocídio. Idéias como essas são perniciosas e não devem de maneira nenhuma ser aceitas. Isso já é uma forma de desrespeito para como o próximo. A intenção de matar já é um desrespeito. Outro dia li um texto e parei pra refletir. Será que somos totalmente bons? Será que o bem sempre vence o mau com o bem? Será que numa guerra os aliados ditos do bem, quando tiram a vida de alguém não podem também ser considerados maus? Vendo o mundo por essa ótica, quem é bom e quem é mau? Interromper o direito de um ser humano de se manter em vida não é um desrespeito? O episódio do World Trade Center foi tão desrespeitoso quanto o episódio da invasão dos Estados Unidos ao Iraque. O mundo protestou, multidões foram às ruas, mas nada foi resolvido. Contudo quem poderia controlar tudo isso? Homens que se acham poderosos decretam guerra contra outros países, mas não pensam na quantidade de pessoas inocentes que perderão a vida por causa de seus caprichos, inclusive os próprios soldados que irão à guerra, muitas vezes pais de família que nem saber se vão voltar. Que tristeza! É difícil manter uma linha de pensamento em apenas um foco se analisarmos o fato de que ninguém é totalmente bom. Como é que eu posso fazer uma afirmação dessas? Impossível. Mesmo porque, se eu a fizer vão me “crucificar” por isso. Cabe a cada um manter-se em seu lugar. É como minha mãe falava comigo quando era pequeno: “Respeito é bom e conserva os dentes”. Discussões sempre existirão, mas o ideal é respeitar ao próximo concorde você ou não com suas opiniões.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sistema de cotas. Qual a relevância desse assunto?


Uma das definições que o Dicionário Aurélio dá à palavra preconceito é: Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc. Diante dessa definição gostaria de introduzir minhas idéias e dúvidas a respeito do tão falado sistema de cotas para negros, índios e outros nas universidades públicas.

Com toda a sinceridade não consigo entender o motivo da criação dessas cotas. Tenho lido em alguns artigos que a maioria dos universitários é “branca” (não gosto de utilizar esses termos, mas o faço apenas para me fazer entender melhor) e que apenas uma pequena parte é “negra”. Com todo o respeito a todos os leitores do meu blog, e daí? Por favor não me entendam mal. Quando digo “e daí?” não estou com isso discriminando nenhuma etnia. Apenas acredito que, no momento da inscrição para o vestibular não há nenhum campo que exija foto colorida ou coisa parecida. Posso até estar enganado, mas até onde sei antigamente não se exigia definição de cor quando se fazia inscrição para o vestibular e se hoje o fazem é, justamente, para a opção pelo tal sistema de cotas, como se pode dizer que tem havido preconceito para com os “negros”, “índios” ou seja lá com quem for?


Acredito que, (corrijam-me, por favor, se eu estiver errado) a igualdade já seria suficiente. Mais uma vez gostaria de frisar: Sou descendente de uma mistura bem bacana. Minha bisavó, que morreu aos 101 anos, era índia e minha avó, é negra. Gosto de como eu sou, mas, minha esposa é testemunha de que gostaria muito de ter nascido negro. (Rsrsrs...) Sei lá porque, mas acho bonito. Isso é mais uma prova de que não sou racista nem preconceituoso. Gosto do que sou e gostaria também de ser um pouquinho mais “black”; qual o problema? Mas será que esse tal sistema de cotas não pode gerar um descontentamento nesse grupo que “se mata” por uma vaga numa universidade? Já que no Brasil todo mundo se ofende por qualquer coisa; é um “danos morais pra cá”, “um racismo pra lá”; será que alguém não se sentiria ofendido por não poder ingressar na universidade se fazendo valer do sistema de cotas? Quer dizer, eu poderia me intitular negro ou índio, afinal sou de descendência de ambas as etnias.

Não seria melhor, assim como é feito nas universidades particulares para concessão de bolsas, uma análise sócio-econômica de seus candidatos para concessão das vagas na universidade pública? Ou seja, qualquer um poderia ingressar, mas a prioridade seria dada àqueles que realmente não podem pagar e para aqueles que tivessem a melhor nota, sem exclusão. Aí o problema passa a ser o critério de avaliação. Mas deixa isso para outro post. Sei que o que vale é o esforço de cada um, mas existem pessoas que têm condições de se dedicar em período integral aos estudos sem ter que se preocupar com o que ele e sua família vai comer no dia seguinte, enquanto existem outros que trabalham dez, doze horas por dia, saem do trabalho direto para o cursinho (quando fazem cursinho), estudam até lá pelas onze da noite, esperam o ônibus um tempão no ponto, chegam em casa lá pela meia-noite e, muitas vezes, matam a fome com um pão e um cafezinho, dormem à uma da manhã para acordar às cinco e pegar um ônibus que mal cabe quem já está lá dentro. A universidade pública é para todos os cidadãos brasileiros, independente de etnia, credo, condição financeira e/ou social, mas, na minha opinião, esse sistema de cotas é mais uma falta do que fazer dos senhores que a instituíram. A análise no perfil de cada aluno deveria determinar a prioridade do acesso às instituições públicas.

Enfim, tudo no Brasil é muito complicado. É um tal de “bolsa sei lá o que”, “vale não sei o que lá” e agora o tal sistema de cotas. Peço aos caros amigos leitores que me ajudem a esclarecer essa dúvida sobre a relevância do sistema. Postem suas opiniões e experiências, por favor.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Promessa de amor eterno


De todos os amores por mim vividos até hoje,
o seu foi o mais intenso.

De todas as almas,
a sua foi a mais gêmea.

De toda a vontade de ficar junto,
a vontade que me domina é a sua.

De toda ânsia de cometer loucuras,
a sua foi a que mais me atentou.

De todas as esperanças em amores depositadas,
o seu foi o que teve mais crédito.

De toda a saudade,
a sua foi a mais forte.

De todos os beijos,
o seu foi o mais gostoso.

De todo calor,
o seu foi o mais ardente.

Por isso, de todos os amores eternos por mim prometidos,
o seu será o único cumprido a risca.

(Autor desconhecido)


PS: Dedico mais este poema à minha família, meu dois grandes e eternos amores, sem os quais, a vida sim, existiria, mas não seria maravilhosa como é. Apesar de todas as lutas e dificuldades, estamos sempre juntos. Eles são, depois do meu Grande Deus, minha maior alegria. Amo vocês dois.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A botija e a alma

Era uma vez um rei que enviou seu servo numa jornada: - Vês esta estrada, meu servo? Seguirás por ela sem te desviares. O reino para onde vais está no final dela. Por todo o caminho levara esta botija, a qual entregarás ao rei daquele lugar e receberás tua recompensa. Assim, conforme lhe foi ordenado, partiu o servo, levando a preciosa botija, obra-prima do oleiro.

A estrada se perdia de vista. Atravessava planícies e rios. Algumas vezes se estendia pelo alto dos montes, outras vezes pelo fundo dos vales. Havia trechos ladeados de árvores que proporcionavam sombra, mas havia outros áridos, fustigados pelo sol.

Passados muitos dias, o servo encontrou uma caravana de ciganos. Estes insistiram e acabaram por convencê-lo a seguir com eles. Logo ele aprendeu a arte de trapacear e mentir, fingindo ver na palma da mão o destino de crédulos incautos. Entre os vadios, o servo adquiriu o hábito do desleixo e da indolência.

Enganado e enganando, não viu o tempo passar. Um dia, como se acordasse de um pesadelo, lembrou da ordem do rei e foi procurar a botija. Achou-a jogada, empoeirada e com muitas trincas. Tomou-a e voltou para a estrada. Mas não por muito tempo! Bastou encontrar a primeira subida para abandonar outra vez o caminho, procurando desbordar a montanha por um atalho.

Assim fazendo, acabou por se deparar com uma cidade onde um templo idólatra estava sendo construído. O servo, que ficara ganancioso, achou que poderia ganhar ali muito dinheiro. O templo demorou anos para ser terminado. Durante este tempo, ele adotou os costumes locais e se entregou ao pernicioso culto aos ídolos e às práticas pagãs. Adquiriu novos vícios e se prostituiu, como era a tradição daquele povo.

Com o tempo, tornou-se fraco e doente. Perdeu tudo o que tinha, foi desprezado e expulso da cidade. Na sua miséria, lembrou-se mais uma vez da botija e da ordem do rei. Sentiu que a última chance de sua vida era terminar a jornada e receber a recompensa. A botija, cujas trincas tinham se tornado rachaduras, estava jogada em um canto. Havia perdido todo brilho e beleza.

Trôpego e cansado, o servo retomou a estrada. Agora, já não havia ciganos que se interessassem por ele, ou quem lhe desse trabalho. O servo estava feio, envelhecido, doente e fraco.

Com sacrifício, chegou finalmente ao seu destino. Vendo os majestosos portões, o primeiro sentimento que teve foi de remorso. Desperdiçara tanto tempo por nada.

Imediatamente procurou o rei e lhe contou sua história. Entregando-lhe a botija, disse:

- Majestade, eis a botija! Estou velho, cansado e nada tenho na vida. Rogo-vos que me concedas a recompensa, para que descanse em paz.

O rei abriu a velha botija e verificou que estava vazia.

- Pobre homem! Não cuidastes desta botija, pensando que estava vazia. Na verdade, ela trazia tua recompensa: o fino e valioso ouro em pó que nela foi colocado e tu deixastes cair pelas trincas e rachaduras. Se tivesse ouvido a voz daquele que te enviou, terias guardado este tesouro.

Assim também foi a tua vida. O teu corpo era a botija e a tua alma o ouro que ela continha. Deixando o caminho no qual devias andar, adquiristes males e vícios, trincando teu corpo com o pecado e a doença, tal qual esta botija envelhecida.

As sublimes virtudes, o amor, a bondade, a fidelidade e a obediência, foram levadas da tua alma, assim como o ouro foi derramado da botija, sem que tu percebesses. Hoje não tens recompensa. Está vazia a tua botija como vazia está a tua alma.

Sábio é o homem que guarda a sua botija, preservando a sua alma. Terá sempre um precioso tesouro do qual virá paz, alegria e a recompensa final: nossa salvação em Jesus!

(Livro: Histórias de Sabedoria e Humildade - Bispo Marcelo Crivella)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Se você é...

Se você é um vencedor,
terá alguns falsos amigos
e alguns amigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo
Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir
Alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,
As pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final de tudo
Será você ... e Deus.

E não você ... e as pessoas!

(Madre Tereza de Calcutá)

domingo, 19 de outubro de 2008

Desânimo

Conta uma lenda antiga que satanás um dia fez uma liquidação, oferecendo à venda suas ferramentas. Estas se achavam expostas, trazendo cada uma o seu rótulo: ódio, inveja, malícia, ciúmes, desespero, crime, etc.

Um pouco à parte encontrava-se uma ferramenta de aspecto inocente, em forma de cunha, com o rótulo: “Desânimo”. Estava já muito gasta, mas tinha o preço mais alto que todas as outras. Quando perguntaram a razão de tão alto preço, satanás respondeu: “Esta ferramenta é a que eu uso com mais facilidade e mais eficazmente do que qualquer das outras, porque poucas pessoas sabem que ela me pertence. Com ela, abro qualquer porta que não consigo abrir com as outras, e, uma vez dentro, posso usar qualquer outra ferramenta que desejar”.

(Joseph Faith - Retirado do jornal Folha Universal há pouco menos de uma década)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Palavras e canções - Sérgio Lopes


Nas mais lindas canções que já se pôde ouvir
Nas mais belas poesias que já se escreveu
Não encontrei a explicação
De um nobre sentimento que se chama amor
Poetas, pensadores, sábios e heróis
Tentaram com palavras descrever o amor
Foi tudo em vão
Palavras não
Conseguem decifrar a voz do coração.

Enquanto procurei, por onde eu passei
Alguém que me explicasse o amor
Respostas não achei
Palavras e canções, são simples ilusões
Confundem o poder do amor
Com a força das paixões
Amor... amor
Só encontrei alguém que em silêncio revelou
Jesus, Jesus
Amor é o que Ele fez por mim na cruz.

Isso é política?

As eleições na capital mineira estão uma “maravilha”. Os candidatos acreditam que a tática de ataque e defesa vai definir o resultado das urnas no próximo dia 26 de outubro. Mal sabem eles que esses ataques mais têm confundido a cabeça do eleitor. Vídeos, documentos, declarações, tudo para tentar subir nas pesquisas. Engraçado que, ao invés de os candidatos tentarem mostrar suas qualidades (se é que elas existem), preferem mostrar os erros e defeitos do outro. Isso é política? Se for, então já sei o que afasta cada vez mais as pessoas desse meio. Um tremendo jogo de interesses. “Não vote no Fulano porque ele é assim.” “Não vote no Beltrano porque ele já fez isso e aquilo.” Que palhaçada! Pior é que o povo engole tudo o que lhe é apresentado. O povo não quer se preocupar com informações e números. Esquentar a cabeça pra que? Apenas vota, e daqui um ano, nem lembra mais em quem votou. Não cobra soluções, se mantém alheio à situação que atinge principalmente a ele mesmo. Está na hora de mudar essa situação. Temos que “correr atrás” das mudanças. Fazer acontecer. Por aqui (Belo Horizonte), não conhecemos as qualidades de nossos candidatos. Temos que optar pelo menos ruim porque os programas eleitorais apenas têm sido usados no intuito de atacar o adversário e se defender das acusações do mesmo. Fora as críticas contra o atual governo. Haja paciência! Uma coisa é certa. Como está não dá pra ficar. O poder de decisão e mudança está em nossas mãos. Cumpre a nós a responsabilidade de eleger o que considerarmos melhor e, caso não atenda nossas expectativas, existem outros para se colocar no lugar. Basta ao povo abrir os olhos e encarar essa briga como sua. Avança Brasil!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Motivo




Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

(Cecília Meireles )

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Soneto do amor total



Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes)

Eu aprendi...

Eu aprendi...
...que ter uma criança adormecida nos braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo;

Eu aprendi...
...que ser gentil é mais importante do que estar certo;

Eu aprendi...
...que nunca se deve negar um presente a uma criança;

Eu aprendi...
...que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;

Eu aprendi...
...que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;

Eu aprendi...
...que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender;

Eu aprendi...
...que os passeios simples com meu pai, em volta do quarteirão, nas noites de verão, quando eu era criança, fizeram maravilhas para mim quando me tornei adulto;

Eu aprendi...
...que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;

Eu aprendi...
...que dinheiro não compra "classe";

Eu aprendi...
...que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;

Eu aprendi...
...que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada;

Eu aprendi...
...que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa?

Eu aprendi...
...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...
...que a maneira mais fácil para eu crescer como pessoaé me cercar de gente mais inteligente do que eu;

Eu aprendi...
...que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;

Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...
...que devemos sempre ter palavras doces e gentis, pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las;

Eu aprendi...
...que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;

Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorrem quando você a esta escalando;

Eu aprendi...
...que só se deve dar conselho em duas ocasiões: quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte;

Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho mais coisas consigo fazer.

(William Shaskespeare)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O amor antigo


O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

(Carlos Drummond Andrade)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A ordem do dia é a musculação espiritual.

Hoje, 06/10/2008, cheguei em casa por volta da meia noite. Como de costume fui tomar meu banho. De repente, no banheiro, me vieram essas palavras à mente: “Minha vida, a partir de hoje será uma vida de vitórias”. Fiquei pensando naquilo e resolvi escrever.
Qual o seu objetivo? Aliás, você tem algum objetivo? Porque “sem objetivos bem definidos somente por acaso chegaremos a algum lugar” Você quer ser uma obra do acaso, da sorte? Tem gente que gosta da sorte. Na vida não tem esse negócio de sorte. Existem vencedores e fracassados. Existem aqueles que aceitam as imposições das situações e aqueles que determinam uma vida grandiosa.
Houve no passado um homem visionário. Para ele não havia limites. Nada o parava. Ele disse o seguinte: “Persegui os meus inimigos, e os alcancei, e só voltei depois de haver dado cabo deles. Esmaguei-os a tal ponto, que não puderam levantar-se; caíram sob meus pés.” (Salmos 18:37, 38); e em outra ocasião disse: “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança.” (Salmos 27:3). Esse homem era Davi, um verdadeiro guerreiro, um vencedor. Você pode ser considerado um vencedor? Qual tem sido seu inimigo? O problema conjugal, filhos envolvidos coma marginalidade, familiares alcoólatras, dívidas, desemprego, doenças. Talvez seu problema não seja tão sério como esses, mas de repente você tenha um objetivo muito difícil de ser alcançado. Tomemos como exemplo o vestibular. Você não deve lutar contra seus adversários físicos. Seu inimigo não é seu concorrente. Seu inimigo é o vestibular. É ele quem vai tentar te barrar de entrar na universidade. É ele quem fez estourar contra você a guerra. E agora, sentar-se e esperar vai resolver o problema? Nunca. Você deve sacrificar. Seja o melhor. Talvez você diga que não tem tempo ou dinheiro para estudar o quanto precisa ou gostaria. Então você não está apto a conquistar. Martin Luther King Junior disse certa vez: “Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, você não está pronto para viver". Se você considera não ter tempo, dinheiro, condições ou qualquer outra coisa, outros virão e te ultrapassarão. É assim na vida profissional, na família e em todas as áreas de sua vida. Se você não for o melhor, não fizer algo diferente, outro fará e amanhã estará no lugar onde você gostaria e poderia estar. Deus é com você assim como foi com tantos outros como Davi. Ele mesmo disse a Josué: “Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida”... Qual a condição para isso? “Se forte e mui corajoso”... (Josué 1:5-9).
Portanto, não se assuste se as dificuldades vierem contra você. É somente através delas que conhecemos nosso verdadeiro potencial. Se até hoje você tem pensado em desistir, ainda está em tempo de mudar sua história. A fé é uma fonte inesgotável de força e poder. Exercite-a. Pois assim como um músculo se atrofiará ou se hipertrofiará caso você exercite-o ou não, assim também a fé se desenvolverá a medida que você usá-la. Só depende de você.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Arte e a Literatura

A Arte e a Literatura, quadro pintado por William Adolph Bouguereau em 1.867.
Tradicionalista, despretensioso e modesto, tornou-se um conceituado artista do século XIX e foi um membro de liderança do Instituto da França e presidente da Sociedade de Pintores, Escultores e Gravadores.
A sua reputação como pintor de temas mitológicos não faz justiça ao pintor de ternas mães, crianças e jovens raparigas. A maior parte destas obras foi pintada na sua terra natal, La Rochelle, no jardim do seu estúdio, em um estilo realista quase fotográfico que se tornou um sucesso entre os colecionadores de seu tempo, embora modernamente tenha sido relativamente esquecido pela celebridade dos impressionistas seus contemporâneos.

Jovens ciganos

Quando vivo Bouguereau era considerado um dos maiores pintores do mundo pelos acadêmicos, com suas obras atingindo elevados preços, mas ao mesmo tempo era criticado pelos vanguardistas. Sua trajetória foi praticamente uma ascensão contínua, com poucos momentos negativos. Para muitos ele epitomizava a tradição, o bom gosto e o refinamento. Mas Degas e seus companheiros costumavam chamar ironicamente de Bougueresco estilos artificiosos semelhantes ao seu, mesmo que tenham reconhecido que ele deveria no futuro ser lembrado como o maior dos pintores franceses do século XIX. Esta asserção, contudo, foi interpretada por Fred Ross, diretor do Art Renewal Center, como também uma ironia e uma alusão ao possível gosto duvidoso dos pósteros. Os colecionadores norteamericanos o tinham como o melhor pintor francês de seu tempo, e era altamente apreciado também na Holanda e Espanha, mas depois de 1920 seu prestígio começou a declinar até desaparecer, em parte por sua firme oposição aos impressionistas. Ao longo de décadas seu nome sequer constou em enciclopédias de arte.

Sua reabilitação começou em 1974, quando timidamente foi montada uma exposição no New York Cultural Center, apenas a título de curiosidade histórica. Na década seguinte a Borghi Gallery expôs 23 pinturas e um desenho, e no mesmo ano sua produção recebeu uma grande mostra que itinerou pelo Petit Palais, em Paris, o Wadsworth Atheneum em Hartford, e encerrando no Museu de Belas Artes de Montreal, no Canadá. Hoje seus trabalhos estão expostos em grandes museus de várias partes do mundo. Sua posição na história da arte é apreciada modernamente de forma muito diversa do período em que sofreu descrédito por parte dos modernos. Fred Ross assim o declara:

"As ideologias modernistas adoram dizer que Bouguereau foi irrelevante para o seu tempo porque ele não era um dos impressionistas que estavam abrindo o caminho para o expressionismo abstrato. Nada poderia estar mais longe da verdade. Filho das revoluções francesa e americana como era, Bouguereau, junto com muitos outros artistas e escritores daquele momento, acreditaram nas inovações da filosofia iluministas: Democracia, Direitos dos homens, 'Liberté, Egalité, Fraternité'. Não só não é verdade que ele foi irrelevante, mas nada poderia ser mais relevante do que obras como esta (falando da tela 'Jovens ciganos'), que enobreciam e elevavam as pessoas comuns e os camponeses. E qual maneira melhor do que tomar a ralé da sociedade, os ciganos, e alçá-los até os céus? Eles são tanto belos como não têm beleza em demasia: 'reais' e 'ideais' ao mesmo tempo".

Kara Ross completa:

"Bouguereau amava exaltar os pobres. (...) A dignidade das classes inferiores era um tema favorito para Bouguereau, que o abordou em muitos de seus trabalhos"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes)

(Dedico este poema à minha querida esposa, Ana Paula; que apesar das tempestades que vivemos e da dificuldade que é conviver com uma pessoa como eu - sou chato à beça, só ela mesmo pra me agüentar - tem sido uma fiel e dedicada esposa. À você Ana Paula, dedico todo meu amor.)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveise,
esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara muitas vezes"!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classee vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" pra ser insignificante.

(Charles Chaplin)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, ovltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos - São Bernardo)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

João do Rio e, A alma encantadora das ruas

João do Rio foi pseudônimo mais constante de João Paulo Emílio Coelho Barreto, escritor e jornalista carioca, que também usou como disfarce os nomes Godofredo de Alencar, José Antônio José, Joe, Claude etc., nada ou quase nada escrevendo e publicando sob seu próprio nome. Nascido no Rio de Janeiro a 05 de agosto de 1881, faleceu repentinamente na mesma cidade a 23 de junho de 1921.

A alma encantadora das ruas
Escrito durante o governo de Rodrigues Alves, Talvez seja o livro mais conhecido de João do Rio. É o seu terceiro livro e foi publicado em 1908. O autor se revelou como alguém que se apropria da psicologia das ruas e o espírito da sua época. As crônicas são carregadas de lembranças decadentes e um olhar deslumbrado diante das transformações urbanas e sociais que se desenham no Rio de Janeiro, onde a vida já não é mais como antes.

O Contexto
Início do século XX – Modernização da cidade, multifacetamento urbano.

“O homem não é qualquer um, mas o que vive no espaço urbano. Numa relação dupla, a sociedade faz a rua e esta faz o indivíduo”.
“Há suor humano na argamassa do seu calçamento.”
“Oh! Sim, a rua faz o indivíduo, nós bem o sentimos.”

As literaturas européias dos séculos XIX e XX foram marcadas pelo desejo de captar e registrar o cenário urbano. A compreensão da cidade moderna, que rapidamente se transformava, pressupunha o entendimento da geografia urbana como inscrições da subjetividade.

Na literatura brasileira do século XX, o espaço é apresentado da forma mais realista possível como importante meio de análise e de conhecimento. O espaço agora priorizado, recebe novo tratamento. Do traçado realista que buscava expressar tem-se, de um lado, a construção de um espaço citadino hiper-real que mais faz do texto literário um texto de reportagem ou uma crônica e, de outro, a estruturação de um espaço em que a geografia urbana, tornando-se cada vez mais ambígua e indefinida, sofre um processo de desespacialização ou desrealização.

Escrever a cidade é lê-la. E essa leitura faz do lugar algo fantasmagórico. O primado do lugar nos cenários pós-modernos, segundo Anthony Giddens, foi destruído em grande parte pelo distanciamento tempo-espaço e pelo desencaixe, característicos das sociedades contemporâneas. Nestas, as estruturas através das quais ele se constitui não são mais organizadas localmente. Em outras palavras, o local e o global tornaram-se inextricavelmente entrelaçados.

Assim, é possível perceber que a cidade se apresenta delineada de modo fragmentário – o que já impossibilita o mapeamento do espaço urbano – até o total descompromisso com o espaço geográfico e cultural: o desaparecimento mesmo da cidade. Desespacializada, indefinida, “a cidade pode ser qualquer cidade ou nenhuma cidade” e onde, em sua maioria, as identidades e afetos encontram-se problematizados.

Na obra de João do Rio, já aparece a essência da identidade carioca: a capacidade de criar soluções de sobrevivência, a paixão pela música, a riqueza do imaginário social, a espontaneidade da mistura cultural que constitui hoje a maior riqueza não apenas do povo carioca, mas de todos os brasileiros.

O autor aborda questões – que normalmente são esquecidas – da sociedade, como os trabalhadores, as cadeias e ladrões, unindo os fragmentos do Rio de Janeiro da época. As crônicas encenam o que mancha o projeto da cidade da virtude civilizada, que a ordem nacional planejou (a cidade ideal); ganham o palco da escrita aspectos da antitética cidade do vício, símbolo e estigma dos males sociais.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A VIDA É BANAL?

“Como a vida é banal! Esse Correia é um tipo que existe desde que na sociedade organizada há o intermediário entre o patrão e o servo, Existirá eternamente, vivendo de migalhas de autoridade contra a vida e independência dos companheiros de classe.”

(A alma encantadora das ruas – João do Rio)

Perfeita essa afirmação de João do Rio: ...“vivendo de migalhas de autoridade”... É justamente isso o que acontece. Pessoas vivem de “migalhas de autoridade” por não possuirem condições de galgar, por si só, os degraus do reconhecimento. O mundo é cheio de “Correias”. Esses “Correias” que oprimem seus colegas de trabalho. Muitas vezes não têm nem capacidade suficiente para desempenhar a função que lhes foi confiada. Na maioria das vezes são “peixes”, têm as “costas quentes”. Indiscutivelmente, no meio daqueles que são oprimidos pelos “Correias”, há um servo que, certamente, desempenharia sua função com muito maior competencia, humildade e desenvoltura. Talvez pelo fato de não terem o rabo preso ou mesmo por questão de caráter. Caráter? Será que ainda existe isso no Brasil? É possível que sim. Não há dúvidas a respeito disso, mas, infelizmente, são raros os indivíduos portadores de tal qualidade. É isso aí Brasil, “mostra a sua cara!”.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

"TÃO-SOMENTE SÊ FORTE E MUI CORAJOSO"...

Mais um dia. Mais uma semana. Para alguns, um pouco mais curta; para outros, uma semana como outra qualquer. Mas, de qualquer forma, todos temos nossas lutas. Batalhas a serem travadas, as quais muitas pessoas pensam que não vão suportar e, começam à imaginar uma forma de desistência. Muitos preferem ignorar os problemas; outros, se desesperam, choram e se descabelam e, alguns, optam pelo pior caminho, o da morte.

Entretanto, existem pessoas que, como o rei Davi, que não se rendem diante de seus inimigos (problemas), como ele mesmo disse no salmo 18: “Persegui os meus inimigos, e os alcancei, e só voltei depois de haver dado cabo deles. Esmaguei-os a tal ponto, que não puderam levantar-se; caíram sob meus pés." (Salmos 18:37,38).

Portanto, vitórias dependem tão somente de nossas atitudes. Não há vitória sem luta. Imagine se pudéssemos apenas sentar e esperar as coisas caírem em nossas mãos, sem esforço, sem dificuldade. Pra falar a verdade seria até muito sem graça. Tudo depende de sua atitude. Mudar de pensamento, lutar e vencer, ou permanecer prostrado, limitando sua força e, viver fadado ao fracasso. É como disse na semana passada. Tenha um objetivo e não desvie sua atenção por nada. Quem olha pra trás dá de cara na parede. Olhe pra frente e combata. "Seja forte e muito corajoso”, faça a diferença. Não aceite ser mais um no meio da multidão. Aí mesmo onde você está agora; em casa, no trabalho, na escola, não importa.

Costumamos dizer: "Esta semana vai ser uma semana de vitórias." Mas vitórias não caem do céu. Veja as olimpíadas. Pessoas treinam anos e anos para vencer, no entanto, apenas um em cada modalidade pode levar a medalha de ouro. Seja este "um". Leve sua medalha de ouro nesta semana, e na outra, e na próxima, mês que vem, ano que vem... "Tão-somente sê forte e mui corajoso"... (Josué 1:1-9) O pódio é seu, tome posse. Que Deus abençoe abundantemente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

ATALHOS SÃO REALMENTE MAIS RÁPIDOS?

O ideal é não passar por atalhos. O ideal é enfrentar os desafios de frente e olhando apenas para os nossos objetivos. Tentar “cortar” caminho pode transformar-se na perda de grandes oportunidades de aprendizados e experiências que, talvez, nunca mais teremos em nossa caminhada. Portanto, não atalhe em seu caminho. Seja firme, nunca desanime nem olhe para trás. Seus objetivos estão diante de você, o que passou já passou, não volta mais. Assim, olhe para as coisas que se encontram diante de você. Paulo em duas de suas cartas escreveu, a primeira aos cristãos de Corinto: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar”... (1 Coríntios 9:26); e a segunda aos cristãos filipenses: ..."esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo”... (Filipenses 3:13, 14). Entenda que entre você e seu objetivo sempre haverá algo dificultando a caminhada. Cabe à você resistir ou não. Saiba que existe um Deus que te fortalece, que te conduz à decisão mais acertada. Basta que você creia. Não depende de religião, pois isso não muda a vida de ninguém. Depende de fé. Se você crê então metade do caminho já foi vencida. A outra metade depende de sua determinação e vontade de vencer. Pra terminar deixo um versículo: “Mas sede fortes, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra terá recompensa.” (2 Crônicas 15:7)

EM CONSTRUÇÃO

Queridos amigos visitantes.

Vou me esforçar para que em breve tenhamos aqui um conteúdo bastante interessante. Crônicas, comentários sobre textos de escritores famosos, notícias e palavras de fé. Sei que não é nada fácil manter um blog assim, bem atualizado, mas farei o possível. Por hora, deixo à vocês a mensagem da semana.

Em princípio, para começarmos a movimentar o blog, que tipo de conteúdo você mais gostaria de ver por aqui?

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