quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes)

(Dedico este poema à minha querida esposa, Ana Paula; que apesar das tempestades que vivemos e da dificuldade que é conviver com uma pessoa como eu - sou chato à beça, só ela mesmo pra me agüentar - tem sido uma fiel e dedicada esposa. À você Ana Paula, dedico todo meu amor.)