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Dei início à este blog para falar especialmente de literatura. Falar, na verdade, de arte em geral. Coisas que tanto gosto e com as quais tanto me identifico. O blog não é tão movimentado, mas de vez em quando passo por aqui e deixo uma declaração, um texto, um poema... Não se acanhe. Fique à vontade e deixe um comentário. Cedo ou tarde ele será respondido.

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Arte e a Literatura

A Arte e a Literatura, quadro pintado por William Adolph Bouguereau em 1.867.
Tradicionalista, despretensioso e modesto, tornou-se um conceituado artista do século XIX e foi um membro de liderança do Instituto da França e presidente da Sociedade de Pintores, Escultores e Gravadores.
A sua reputação como pintor de temas mitológicos não faz justiça ao pintor de ternas mães, crianças e jovens raparigas. A maior parte destas obras foi pintada na sua terra natal, La Rochelle, no jardim do seu estúdio, em um estilo realista quase fotográfico que se tornou um sucesso entre os colecionadores de seu tempo, embora modernamente tenha sido relativamente esquecido pela celebridade dos impressionistas seus contemporâneos.

Jovens ciganos

Quando vivo Bouguereau era considerado um dos maiores pintores do mundo pelos acadêmicos, com suas obras atingindo elevados preços, mas ao mesmo tempo era criticado pelos vanguardistas. Sua trajetória foi praticamente uma ascensão contínua, com poucos momentos negativos. Para muitos ele epitomizava a tradição, o bom gosto e o refinamento. Mas Degas e seus companheiros costumavam chamar ironicamente de Bougueresco estilos artificiosos semelhantes ao seu, mesmo que tenham reconhecido que ele deveria no futuro ser lembrado como o maior dos pintores franceses do século XIX. Esta asserção, contudo, foi interpretada por Fred Ross, diretor do Art Renewal Center, como também uma ironia e uma alusão ao possível gosto duvidoso dos pósteros. Os colecionadores norteamericanos o tinham como o melhor pintor francês de seu tempo, e era altamente apreciado também na Holanda e Espanha, mas depois de 1920 seu prestígio começou a declinar até desaparecer, em parte por sua firme oposição aos impressionistas. Ao longo de décadas seu nome sequer constou em enciclopédias de arte.

Sua reabilitação começou em 1974, quando timidamente foi montada uma exposição no New York Cultural Center, apenas a título de curiosidade histórica. Na década seguinte a Borghi Gallery expôs 23 pinturas e um desenho, e no mesmo ano sua produção recebeu uma grande mostra que itinerou pelo Petit Palais, em Paris, o Wadsworth Atheneum em Hartford, e encerrando no Museu de Belas Artes de Montreal, no Canadá. Hoje seus trabalhos estão expostos em grandes museus de várias partes do mundo. Sua posição na história da arte é apreciada modernamente de forma muito diversa do período em que sofreu descrédito por parte dos modernos. Fred Ross assim o declara:

"As ideologias modernistas adoram dizer que Bouguereau foi irrelevante para o seu tempo porque ele não era um dos impressionistas que estavam abrindo o caminho para o expressionismo abstrato. Nada poderia estar mais longe da verdade. Filho das revoluções francesa e americana como era, Bouguereau, junto com muitos outros artistas e escritores daquele momento, acreditaram nas inovações da filosofia iluministas: Democracia, Direitos dos homens, 'Liberté, Egalité, Fraternité'. Não só não é verdade que ele foi irrelevante, mas nada poderia ser mais relevante do que obras como esta (falando da tela 'Jovens ciganos'), que enobreciam e elevavam as pessoas comuns e os camponeses. E qual maneira melhor do que tomar a ralé da sociedade, os ciganos, e alçá-los até os céus? Eles são tanto belos como não têm beleza em demasia: 'reais' e 'ideais' ao mesmo tempo".

Kara Ross completa:

"Bouguereau amava exaltar os pobres. (...) A dignidade das classes inferiores era um tema favorito para Bouguereau, que o abordou em muitos de seus trabalhos"

Em princípio, para começarmos a movimentar o blog, que tipo de conteúdo você mais gostaria de ver por aqui?

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