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Dei início à este blog para falar especialmente de literatura. Falar, na verdade, de arte em geral. Coisas que tanto gosto e com as quais tanto me identifico. O blog não é tão movimentado, mas de vez em quando passo por aqui e deixo uma declaração, um texto, um poema... Não se acanhe. Fique à vontade e deixe um comentário. Cedo ou tarde ele será respondido.

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quarta-feira, 4 de maio de 2022

Modernidade e Pós-Modernidade 1

Vivemos dias secos. É fato! Vivemos dias com clima desértico. E não adianta imaginarmos que estamos passando pela primavera, pois as flores são todas de plástico. E o mais engraçado é que, mesmo em dias de sequidão, caminhamos como se andássemos sobre uma fina camada de gelo, e precisamos caminhar rapidamente, pois, se pararmos, ela racha, e aí nos afogamos.

Há não muito tempo, assisti a uma entrevista do filósofo Luiz Felipe Pondé em que ele fala sobre obra de Zygmunt Bauman, um sociólogo polonês, que trata da modernidade e da pós-modernidade.
Pondé menciona essas metáforas, meio paradoxais, que falam de sequidão, deserto, flores e gelo que, se bem pensadas, mostram um pouquinho da realidade que vivemos em tempos de modernidade e pós-modernidade.
O deserto, em princípio, nos traz a ideia de sequidão, de vazio; a falsa primavera e as flores de plástico, às ilusões; e a fina casca de gelo, à fragilidade de nossa vida e dos momentos que vivemos. Tudo muito superficial.
Agora, que momentos são esses? Que grandes momentos temos vivido nestes “tempos modernos”?
Vivemos de ilusões. Ilusões nos relacionamentos, ilusões no trabalho, nos estudos, na utopia de poder mudar o mundo com aquilo que nos propomos a fazer. E isso é uma pena. É uma pena fazermos tanto, vivermos correndo, trabalhando, ganhando dinheiro e gastando e, muitas vezes, quando chegamos ao final da vida, (ou nem tanto, às vezes, chegamos ao final do mês), paramos e pensamos: "para onde estou correndo?" Não sabemos! Não sabemos se há solução para os problemas da humanidade. Não sabemos nem se há solução para os nossos problemas! Então para que corremos? Para que vivemos? Como gastamos o dinheiro que ganhamos ao longo do mês? Não sabemos! E nessa correria, vão-se embora o dinheiro, o tempo, a saúde, os relacionamentos, a vida.
E pensando assim, muitas pessoas acabam por cair em depressão. E é o que dizem estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo ela, mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. Não seria isso consequência da ilusão dos tempos de pós-modernidade, da insatisfação e da descrença em soluções para as perturbações patológicas sociais?
Talvez vivamos a iminência ou a necessidade de um renascimento. Um renascimento cultural. Como aquele vivido após a Idade Média: a tão famosa idade das trevas.
E não seriam os anos atuais outra idade das trevas? Trevas culturais, trevas na existência humana, trevas de caráter e, por fim, trevas na reflexão moral. Não há mais reflexão moral.
Valem o lucro, o sucesso, a mídia, o status. Pessoas se submetem a títulos ridículos de subcelebridade ou de quase famosos para que possam, a qualquer custo, atrair os holofotes. Muitos gastam mais do que têm para parecer o que nunca foram, apenas por modismo ou porque, no Facebook, 50% dos seus 18.000 “amigos” postaram que estão usando um Mizuno Prophecy 2, um iPhone 5 ou um Chanel nº. 5.
E assim... a humanidade caminha: rapidamente, inconsciente e sem destino. Porque, se parar, cai no esquecimento, morre socialmente, não aparece na mídia, nas redes sociais ou nas baladas.
Permaneçamos, pois em stand by. Aguardemos esse famigerado “neo-renascimento cultural” enquanto corremos - de Mizuno ou não - sem destino e sem motivo, acreditando que as flores são reais e que estamos indo no caminho certo.

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